Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento

govfed.jpg (101381 bytes)
215
ISSN 1517-4964
Dezembro, 2007
Passo Fundo, RS

Foto: Paulo Pereira
foto

Guia para identificação de larvas de Lepidoptera (Pyralidae e Gelechiidae) comumente encontradas em grãos armazenados

Paulo Roberto Valle da Silva Pereira1, José Roberto Salvadori1

Popularmente conhecidos como traças, tanto os adultos como suas larvas estão presentes no ambiente de armazenamento de grãos. A larva é o estágio de desenvolvimento responsável pelos danos, que estão associados ao comportamento de cada espécie, podendo causar redução no teor nutritivo do grão pela alimentação direta em grãos sadios; proporcionar condições para o desenvolvimento fúngico e contaminação por micotoxinas na massa de grãos; e ainda, pela produção de seda, causar danos de vários tipos no maquinário da indústria de alimentos (Cotton & Wilbur, 1982; USDA,1986; Sedlacek et al. 1995; White,1995).

A primeira etapa para a solução de qualquer problema entomológico na agricultura está diretamente relacionada com a identificação da praga. Uma vez conhecido o nome científico do inseto, é possível obter toda informação bibliográfica sobre o mesmo e até para uma espécie não identificada, uma classificação apenas ao nível de família fornece muitas informações úteis relacionadas à praga (Zucchi et al., 1993).

Diversas publicações contêm chaves para a identificação de larvas de Lepidoptera associadas com produtos armazenados (Weisman, 1987; Cruz, 1988; Mound, 1989; Haines, 1991), entretanto, com exceção de Cruz (1988), estes trabalhos são escritos em língua inglesa e a falta de desenhos e informações mais detalhadas sobre as estruturas morfológicas envolvidas dificulta a utilização destas chaves, tornando mais difícil a identificação correta dos insetos.

Desta maneira, este trabalho é constituído por uma chave para a identificação de larvas comumente encontradas atacando produtos armazenados, de espécies pertencentes às famílias Pyralidae e Gelechiidae. Esta chave utiliza os caracteres mais marcantes de cada espécie e ilustra-os, a fim de que a identificação das mesmas seja efetuada rapidamente e de maneira correta.

Chave para identificação de larvas de Lepidoptera (Pyralidae e Gelechiidae) comumente encontradas em grãos armazenados

1. Larvas encontradas no interior do grão; apresentando falsas pernas curtas (Fig. 1), geralmente não distintas, contendo cada uma de 2 a 4 colchetes (ganchos) rudimentares na região distal (Fig. 1a); no segmento abdominal A9, seta D1 eqüidistante das setas D2 e SD1 (Fig. 1b); não ultrapassam 7 mm de comprimento ......................................................... Sitotroga cerealella (Olivier, 1789)

1’. Larvas vivendo na camada superficial da massa de grãos; cabeça com sutura coronal presente (Fig. 2); falsas pernas desenvolvidas e sempre com muitos colchetes (ganchos) na região distal e em forma de círculo (Fig. 2a); segmentos abdominais A1 a A8 com as setas L1 e L2 próximas e situadas abaixo do espiráculo e seta SD2 abaixo de SD1 nos segmentos abdominais A1 a A7 (Fig. 2b); grupo pré-espiracular do protórax (T1) com duas setas (Fig. 3a); anéis esclerotizados completos ao redor da seta SD1 no mesotórax (T2) e no segmento abdominal A8 (Fig. 3a e b); (Pyralidae).................. 2

2. Segmentos abdominais A1 a A7 com a base das setas dorsais e laterais não envolvidas por áreas esclerotizadas enegrecidas (Fig. 4a); comprimento entre 10 a 13 mm ................................................... Plodia interpunctella (Huebner, 1813)

2’. Segmentos abdominais A1 a A7 com a base das setas dorsais e laterais envolvidas por áreas esclerotizadas enegrecidas - pináculas (Fig. 4b) ............. 3

3. Oitavo segmento abdominal (A8), com a seta SD2 separada do espiráculo por uma distância igual ao diâmetro do espiráculo; Seta D2 dos segmentos abdominais A1 a A8 com 2 a 2,5 vezes o comprimento da seta SD1 (Fig. 5a) comprimento entre 12 a 14 mm ................ Cadra (Ephestia) cautela (Walker, 1863)

3’. Oitavo segmento abdominal (A8), com a seta SD2 separada do espiráculo por distância de 2 a 3 vezes o diâmetro do espiráculo (Fig. 5b) .............................. 4

4. espiráculo do oitavo segmento abdominal (A8) com diâmetro igual ou maior que o diâmetro da área interna do anel esclerotizado ao redor da seta SD1 (Fig. 6a) comprimento entre 15 a 20 mm......... Ephestia (Anagasta) kuehniella (Zeller, 1879)

4’. espiráculo do oitavo segmento abdominal (A8) com diâmetro cerca de 2/3 menor que o diâmetro da área interna do anel esclerotizado ao redor da seta SD1(Fig. 6b) comprimento entre 12 a 14 mm.... Ephestia elutella (Hubner, 1796)

Referências bibligráficas


1 Pesquisador da Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: paulo@cnpt.embrapa.br; jrsalva@cnpt.embrapa.br.


ReferenciaçãoReferenciação


Expediente

Versão para impressão

Obs.: a versão deste documento para impressão encontra-se em PDF. Para abri-la, é necessário o programa Acrobat Reader.


Publicações OnlinePublicações Online RetornoEmbrapa Trigo