Setembro, 2006 |
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Estádios fenológicos de milho
Milho é uma cultura cujo ciclo completo é extremamente variável, dependendo do genótipo e das condições ambientais ocorridas durante suas fases de desenvolvimento, principalmente temperatura. Milho é uma planta que responde ao acúmulo térmico diário, ou seja, suas etapas fenológicas e seu ciclo como todo, são determinados pelo número de horas de calor diário que a cultura consegue acumular. Na prática, milho acumula em termos de unidades de calor, o equivalente à temperatura média ambiente subtraída de 10 ºC (Temperatura Média 10 ºC), temperatura essa considerada como base, ou mínima para que a cultura de milho inicie seus processos fisiológicos.
Essa característica da cultura faz com que a mesma necessite diferentes períodos em dias, de acordo com o ambiente, para atingir ou completar uma mesma etapa de desenvolvimento, levando muitas vezes a erro quanto à indicação de algumas práticas de manejo. Isto dificulta a identificação da fase adequada para aplicação de determinado herbicida, compromete não só a sua eficiência, mas principalmente aumenta os riscos de fitotoxidade para a cultura, podendo reduzir significativamente o rendimento de grãos.
O conhecimento detalhado de cada dessas etapas e como cada uma interfere no rendimento de grãos final da lavoura são, de fundamental importância, para que se possa manejar a cultura da forma mais adequada possível e, assim, buscar elevada produtividade através da potencialização de cada um dos componentes do rendimento de grãos.
A Figura 1 apresenta os estádios fenológicos de milho com as respectivas definições dos componentes do rendimento de grãos.Para o objetivo presente, que é discutir a importância da competição de plantas daninhas versus etapas de desenvolvimento de milho, é mostrado, de uma forma sumária, o ciclo da cultura de milho compreendido em cinco diferentes etapas de desenvolvimento, procurando fazer algumas observações quanto ao nível de competitividade entre a cultura e as plantas daninhas em cada uma delas. São elas:
Etapa I Germinação e emergência: Esse período é compreendido da semeadura até o aparecimento da plântula de milho e é muito variável principalmente em função da temperatura e nível de umidade do solo, podendo durar de cinco até 15 dias. Nesta etapa os maiores problemas surgem quando a competição ocorre na linha de plantio, principalmente, quando se tratam de plantas daninhas de folha estreita.
Etapa II - Crescimento vegetativo: Esse período é compreendido desde a emissão da segunda folha definitiva (considera-se folha definitiva, aquelas folhas totalmente emergidas do cartucho, em que é possível observar a olho nú a linha de união entre a lâmina e a bainha da folha) até o início do florescimento de milho. É durante essa etapa que são determinados importantes componentes do rendimento de grãos. Entre seis e nove folhas define-se o número de fileiras de grãos por espiga de milho e entre 12 a 15 folhas o número de grãos por fileira. É por esse motivo que na prática e nos estudos de predição, esse período é considerado o mais importante em termos de competição, controle e reflexos no rendimento de grãos final da lavoura.
Etapa III Florescimento: É o período compreendido entre polinização e início da frutificação de milho, que normalmente tem sua duração estabelecida entre quatro e oito dias.
Etapa IV Frutificação: É a etapa compreendida entre fecundação até enchimento de grãos de milho. Essa etapa é conhecida pelos técnicos e agricultores pela fase de enchimento de grãos. A duração dessa etapa, dependendo da cultivar e das condições ambientais, pode variar de 40 a 60 dias.
Etapa V Maturação: É o período compreendido entre o fim da frutificação e a maturação fisiológica ou aparecimento da camada preta na base do grão de milho (que fica em contato com o sabugo). Em algumas áreas em que o controle de plantas daninhas foi realizado de maneira inadequada ou em áreas de elevada infestação, devido ao baixo sombreamento da cultura nessa etapa, e conseqüente elevada taxa de luminosidade, pode ser induzida a emergência de plantas daninhas com elevada agressividade, a exemplo das gramíneas, que pode comprometer o rendimento de grãos final, devido a perdas e/ou, normalmente em maior grau, devido à redução da qualidade do produto final, em função das dificuldades durante a colheita.
Documentos Online Nº 61
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