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Dezembro, 2007 |
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Passo Fundo, RS
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A virose é causada por espécies distintas de vírus pertencentes à família Luteoviridae. Os membros desta família apresentam partículas virais compostas por capsídeos isométricos de 25 a 30 nm não envelopados. O genoma viral é não segmentado e composto por um RNA que apresenta aproximadamente 5600 nucleotídeos, sendo de fita simples e de sentido positivo (ssRNA+). No interior da partícula viral também podem ser encontrados RNAs satélites. Os vírus desta família são transmitidos por insetos da ordem Hemiptera, família Aphididae (Fig. 3).
Originalmente os vírus associados ao nanismo e amarelecimento dos cereais foram classificados em função da especificidade de transmissão pela espécie de vetor, sendo designados cinco tipos: RPV - transmitido por Rhopalosiphum padi, RMV - por Rhopalosiphum maidis, MAV - por Sitobion avenae (antigo Macrosiphum avenae), SGV – por Schizaphis graminum e PAV- por R. padi, S. avenae e outros (Rochow et al., 1969). Embora o sistema de identificação original tenha sido estabelecido com base em uma característica biológica, ou seja, transmissão por espécies de afídeos, pode haver variação na eficiência com que isolados virais são transmitidos pelas distintas espécies vetoras. Determinados isolados são também transmitidos por espécies não consideradas na classificação original (por exemplo, Metopolophium dirhodum, que ocorre no Brasil). Atualmente, testes sorológicos (baseados no reconhecimento de proteínas virais por anticorpos específicos) e moleculares (baseados em seqüências de material genético viral) são aplicados para a correta identificação. Com base na organização genômica (Fig. 4) e na similaridade da seqüência dos genes foram criados, dentro da família Luteoviridae, dois gêneros: Luteovirus e Polerovirus. Os membros de ambos os gêneros apresentam similaridade em parte de seus genomas, especificamente no segmento 3’ que contém as ORFs (do inglês Open Reading Frame) 3 a 5 que codificam para a proteína da capa protéica, proteína de movimento e uma proteína que auxilia na transmissão pelo afídeo vetor. Contrariamente, na região 5’ onde está codificada a RNA polimerase RNA dependente, existe grande divergência entre os gêneros. Este tipo de organização genômica sugere que houve um evento de recombinação na evolução da família, sendo o local de recombinação localizado na extremidade 5’ dos RNAs subgenômicos 1 e 2 (Miller & Rasochová, 1997). Em função da organização genômica, os serotipos PAV, MAV e isolados que a eles se assemelham foram mantidos dentro da espécie BYDV (Barley yellow dwarf virus - gênero Luteovirus), enquanto que o serotipo RPV foi transferido para a espécie CYDV (Cereal yellow dwarf virus – gênero Polerovirus). Os demais tipos (BYDV-RMV, BYDV-SGV e outros como BYDV-GPV) fazem parte da família Luteoviridae, mas ainda não foram classificados quanto ao gênero. No Brasil, a análise da variabilidade e predominância dos tipos virais associados ao nanismo efetuada por meio de testes sorológicos (ELISA), evidenciou a predominância dos serotipos PAV e MAV (Schons & Dalbosco, 1999).
Documentos Online Nº 81
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