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Dezembro, 2007 |
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Passo Fundo, RS
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São pequenos hemípteros sugadores de vegetais sendo que em soja, tem aparecido espécies de membracídeos, conhecidos popularmente pelo nome de cigarrinhas-periquito, cigarrinhas-búfalo, periquito-da-soja ou búfalo-da-soja. Embora sejam espécies nativas, apenas na safra 2003/04 é que foram registrados danos significativos em soja (Salvadori et al., 2006b), causados pela espécie Ceresa brunnicornis (Fig. 8). Uma outra espécie, cuja classificação não está bem definida, de tamanho menor que C. brunnicornis, mas semelhante em termos de comportamento e do tipo de injúria que causa à soja, foi encontrada no Piauí (Bortolozzo et al., 2006). No Maranhão, a espécie de búfalo-da-soja que está ocorrendo e causando danos semelhantes na soja refere-se à C. fasciatithorax (Corrêa-Ferreira, B. S. e Sakakibara, A. M., com. pessoal).
Estas cigarrinhas ovipositam endofiticamente na base da haste das plantas de soja, região preferencial para o desenvolvimento das ninfas. Estas são caracterizadas pelos espinhos que apresentam no dorso, o que lhes confere um aspecto grotesco e bizarro. É comum encontrar-se ninfas de diferentes estádios e colorações (variando entre marrom-acinzentado e verde) alimentando-se agrupadas junto ao colo da planta. Excepcionalmente, em períodos de estiagem, penetram em rachaduras naturais do solo e sugam partes subterrâneas das plantas. Quando instalados na haste, adultos e ninfas costumam deslocar-se lateralmente fugindo da insolação fazendo com que suas puncturas adjacentes gerem uma lesão anelar da haste. Esta lesão torna-se um ponto de fragilidade que favorece o quebramento da haste à medida que a planta cresce e/ou é submetida a algum tipo de impacto.
Com base no comportamento destes insetos e a partir de observações feitas por ocasião da aplicação de inseticidas visando outras pragas de soja, é possível afirmar que o controle via pulverização de inseticidas depende da possibilidade de atingir a base das plantas, o que, geralmente, não é tarefa fácil.
Considerando-se a incidência nas últimas safras, parece haver uma tendência do problema causado por este grupo de cigarrinhas se agravar, pelo menos do ponto de vista da sua expansão geográfica. Além da ocorrência no cerrado, na safra 2007/08 aumentou o número de casos no Rio Grande do Sul e também foi registrada incidência no norte do Paraná (informação de Joaquim Mariano da Costa – COAMO, Campo Mourão, PR).
Documentos Online Nº 91
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